Tempestade e calamidade

Tempestade e calamidade

Ah Meu Deus! Segura a nossa pobre casinha!
Pai nosso nos segure todos com a sua boa mão!
Olhando pelos meus e também os da vizinha!
Ah não! Tadinha! Mais uma casa se foi ao chão!
Por ondas que caem do céu retirando qualquer véu.

Batem na minha porta chamando-me para fora!
São os vizinhos sem teto oferecendo a Tua mão!
Vamos! Saiam todos desta casa sem demora!
Peguei os meus e saí com a casa indo ao chão!
Postei-me com dignidade diante da realidade.

Olhei tudo com a vista embaçada pela destruição!
Ouvi pedidos de socorro em tons desesperadores!
Estava com meu bebê no colo e o coração na mão!
Muitos choravam a perda dos seus maiores amores!
O que nos resta nas dores são os nossos valores.

Não soltei por nada aquele que dependia de mim!
Passei por telhas e lama em meio à tempestade!
Senti a coragem na incerteza de não ser o fim!
Deus eu Lhe vi aliviando a todos pela solidariedade.
Senti que entre a escuridão sempre há a consolação.

Por hora tudo passou, restando-nos a reconstrução.
Vieram anjos do Céu e da terra para nos socorrer;
São Teus anjos trazendo o consolo da renovação.
Muitos se ajudaram com total renúncia do sofrer.
Aprendi na calamidade que existe a solidariedade.

Julio Amandia