terça-feira, 30 de junho de 2009

Crianças sem vida

Crianças sem vida

Crianças pés no chão catando no lixão
Sangrando na favela por entre as vielas
Desnutridas sem abrigo que vivem no perigo
Crianças sem afeto do aconchego de um teto

Infância invadida pelas chagas do sofrimento
O que deveria ser alegria é o maior tormento
Nem mesmo tens a esperança de poder sonhar
Ser pelo menos o esboço daquele que pode voar

Olhos fundos que pedem a ajuda sem chorar
Lágrimas que o corpo nem consegue mais soltar
Corpos moribundos que vivem sem um destino
Só os ossos sustentam o corpo nu em desatino

Face que não expressa nem mesmo a sua dor
Vagueando no olhar sem esperar um consolador
Se um dia ele vai chegar nem pensa em saber
O seu único propósito é tentar comer para viver

Dor sentida por dentro onde a alma é corroída
A fome finda o corpo e o espírito perde a vida
Muitos têm como ultima morte a esperança
Para outros já se foi pelas mortes das crianças

Como seria bom brincar, pular e encantar
Subir em árvores para o céu poder tocar
Ser pássaro de imaginação voando na emoção
Ter na face o presente de um sorriso contente

Pelo que se é perdido voltemo-nos a um sentido
O melhor que se espera vem na busca sincera
Erradicar a miséria é a nossa responsabilidade
Fazer com que o mundo gire pela solidariedade

Que o espírito da sociedade seja o da caridade.

Julio Amandia

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